Nova Canção Chilena como resistência à ditadura
Arte e Responsabilidade Social do Autor-Criador
DOI:
https://doi.org/10.35521/unitas.v11i2.2778Resumo
Este artigo busca analisar o discurso musical e poético da Nova Canção Chilena como resistência à ditadura chilena, tendo como apoio a teoria bakhtiniana da linguagem. Para tal finalidade, o tema é desdobrado a partir do uso da metodologia bibliográfica, na qual emprega-se um diálogo entre os conceitos construídos no âmbito da filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin e o Círculo de Bakhtin para compreender, por meio de suas contribuições, o processo social e coletivo ideológico presente na criação verbal e suas dinâmicas de interação em discursos musicais e poéticos produzidos contra o regime ditatorial de Augusto Pinochet no Chile. Pautando-se na compreensão das manifestações artísticas da Nova Canção Chilena como a renovação de aspectos da música folclórica chilena na cultura popular, o movimento é exposto como um instrumento consciente da sua força de luta ao manter a resistência, frente a um poder monovalente e autoritário, enquanto manifesta preocupações acerca de temáticas culturais, sociais, políticas e religiosas da época. Através da concepção bakhtiniana, em que a relação entre o autor responsável por uma obra artística e o receptor desta é fundamental para ultrapassar os limites da linguagem, tanto o “criador” da obra quanto o apreciador ou receptor dela se integram (enquanto se encontram em posições autônomas). Assim, revela-se como Victor Jara torna possível, por meio de suas obras, uma relação “extra-linguística” em que o ato de “narrar-se” na arte torna possível uma reflexão acerca de seu tempo acompanhada das emoções individuais do “eu” que desvela o “nós” na obra como um ato ético contra a ditadura.Downloads
Publicado
2024-05-03