Pathos, ethos e logos no discurso religioso de Charlie Hebdo
DOI:
https://doi.org/10.35521/unitas.v10i2.2705Resumo
O jornal Charlie Hebdo ganhou notoriedade mundial em decorrência do seu envolvimento em polêmicas, as quais culminaram em atentados promovidos por grupos extremistas islâmicos. Com um humor peculiar, o teor dos efeitos de sentido gerados pelas charges de Charlie Hebdo atinge todos os estratos da sociedade, especialmente aqueles ligados à posição direitista, cujas ideologias se contrapõem ao posicionamento esquerdista do jornal. A charge, tomada neste trabalho como gênero discursivo, serve como chamariz aos assuntos discutidos ao longo de toda a composição redacional do periódico. Sob um jogo de estratégias em busca de adesão do discurso, estão envolvidos fatores de ordem linguístico-discursivas os quais são orientados pelos estados emotivos dos enunciadores de Charlie Hebdo. Deste modo, neste trabalho, considera-se que o pathos, o ethos e o logos se realizam na mise em scène discursiva como forte estratégia de captação, oriunda de sujeitos intencionais e racionais que, em prol de um projeto linguageiro, buscam manter sua legitimidade e credibilidade e persuadir o outro. Diante desta dinâmica, supõe-se que os enunciadores de Charlie Hebdo, por um lado, influenciam o surgimento de uma tópica de emoções negativas como raiva, revolta, tristeza, indignação e, por outro, emoções positivas como orgulho, alegria, senso de justiça, empatia, etc. em seu público. Diante do exposto, nosso arcabouço teórico em relação às provas retóricas concentra-se em Amossy (2007; 2008; 2017; 2018), Charaudeau (2006b; 2010), Maingueneau (1997; 2008a; 2015) e Plantin (2011a).Downloads
Publicado
2023-02-20
Edição
Seção
Artigos