A questão do tributo à Roma

Resumo

O tributo que Roma cobrava dos povos subjugados eram, pelos judeus, interpretados como uma afronta à sua tradição. O que levantava uma questão sobre sua licitude, obviamente, perante a Lei Judaica. Tal questão provocou a conhecida resposta de Jesus “O que é de César, devolvei a César; o que é de Deus, a Deus”. Comumente, essa frase é acompanhada por uma interpretação que legitima, biblicamente, a separação entre Estado (César) e Religião (Deus). Tal interpretação será negada por este trabalho que lançará mão da análise do discurso e da análise da narrativa, juntamente com conquistas do método histórico crítico, para propor outra interpretação. Esta procurará valorizar a visão judaica sobre assuntos políticos, posto que, naquele período, não havia uma separação nem entre religião e política e, muito menos, entre Estado e Religião. Sendo, esta última, uma necessidade da modernidade que, obviamente, precisa ser defendida. Tal defesa, porém, necessita ser realizada diante dos valores que um projeto de estado democrático de direito anseia. Valores que somente anacronicamente poderão ser encontrados nessas palavras de Jesus.