EFEITOS COLONIZADORES NA POLÍTICA E NO PRESENTE: DEUS ESTÁ NO CONTROLE E NAS ARTES DE GOVERNAR?
DOI:
https://doi.org/10.20890/reflexus.v11i17.396Abstract
O homem moderno, como animal confessor, faz-se, ainda hoje, modelo regrado nas relações com as sexualidades. Michel Foucault aponta para a existência de um poder pastoral direcionador da alma e do indivíduo que, na contemporaneidade, é multiplicado e distribuído na sociedade e no Estado. Assim, objetivando discutir os discursos cristãos marcados pela regra da inclusão atuantes na produção do corpo e da sexualidade "ex-gay", esse artigo se propõe articular as discussões foucaultianas sobre modos de vida e as possibilidades de um existir "bicha". Metodologicamente, trata-se de uma abordagem mista entre a genealogia em Foucault e a pesquisa com os cotidianos em Certeau. E, entre essas duas abordagens, emerge a própria bicha em meio aos "ex-gays" e, então, as vidas conversam.References
AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Trad. Davi Pessoa Carneiro. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
BUTLER, Judth. Quadros de guerras: quando a vida é possÃvel de luto? Trad. Sérgio Lamarão e Arnaldo Marques da Cunha. Rio de Janeiro: Civilizações Brasileiras, 2015.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1 artes de fazer. Trad. Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
FIM, Matheus Magno dos Santos; ROSEIRO, Steferson Zanoni; RODRIGUES, Alexsandro. Técnicas de confissão e de um fazer falar: lugar de poder e Édipo na produção de subjetividades "ex-gays". 4º Seminário Internacional de Educação e Sexualidade e 2º Encontro Internacional de Estudos de Gênero. In: Anais do 4º Seminário Internacional de Educação e Sexualidade e 2º Encontro Internacional de Estudos de Gênero. Vitória, 2016.
FOUCAULT, Michel. Ditos e escrito, volume IX: genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. Trad. Abner Chiquieri. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014a.
FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no College de France (1975-1976). Trad. Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 1: a vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Gulhon Albuquerque. São Paulo: Paz e Terra, 2014b.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014c.
LARROSA, Jorge. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
LOURO, Guacira Lopes. Pedagogia da Sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogia da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
MISKOLCI, R. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte, Autêntica, 2012.
RECH, Tatiana Luiza. A inclusão educacional como estratégia biopolÃtica. FABRIS, Elà T. Henn; KLEIN, Rejane Ramos. (Orgs.). Inclusão e biopolÃtica. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
RODRIGUES, Alexsandro; FIM, Matheus Magno dos Santos; ROSEIRO, Steferson Zanoni. Além do palco e dos holofotes: Édipo, a maior de todas as bichas. Revista do Audiovisual Sala 206, Vitória, n. 4, jul./dez., 2015.
VEIGA-NETO, Alfredo. Incluir para excluir. In: LARROSA, Jorge; SKLIAR, Carlos. (Orgs.). Habitantes de Babel: polÃticas e poéticas da diferença. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.