EFEITOS COLONIZADORES NA POLÍTICA E NO PRESENTE: DEUS ESTÁ NO CONTROLE E NAS ARTES DE GOVERNAR?
DOI:
https://doi.org/10.20890/reflexus.v11i17.396Resumo
O homem moderno, como animal confessor, faz-se, ainda hoje, modelo regrado nas relações com as sexualidades. Michel Foucault aponta para a existência de um poder pastoral direcionador da alma e do indivíduo que, na contemporaneidade, é multiplicado e distribuído na sociedade e no Estado. Assim, objetivando discutir os discursos cristãos marcados pela regra da inclusão atuantes na produção do corpo e da sexualidade "ex-gay", esse artigo se propõe articular as discussões foucaultianas sobre modos de vida e as possibilidades de um existir "bicha". Metodologicamente, trata-se de uma abordagem mista entre a genealogia em Foucault e a pesquisa com os cotidianos em Certeau. E, entre essas duas abordagens, emerge a própria bicha em meio aos "ex-gays" e, então, as vidas conversam.Referências
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