Horizontes epistêmicos da educação antirracista: uma ressignificação ontológica do fazer, do ser e do pensar. Perspectivas anticolonialistas
DOI:
https://doi.org/10.20890/reflexus.v18i2.2818Resumo
As mais antigas civilizações têm suas próprias cosmogonias (mitos fundadores acerca do mundo), e muitas delas também possuem suas escatologias (narrativas que versam sobre o fim do mundo). Destaco neste estudo o colonialismo como propulsor da narrativa escatológica judaico-cristã – instrumentalizada também como poder de dominação em diversos aspectos (racial, de gênero, sexual, de classe, cultural), especialmente epistêmicos. Além destes fatores estruturantes, o logos ocidental se modernizou com outros conteúdos e novas soberanas gestões administrativas de territórios marginais (inspirando o cosmopolitismo e o imperialismo, especialmente o norte-americano). Caudatário da narrativa escatológica ocidental, o Antropoceno reúne diferentes fundamentos do colonialismo, cujo resultado preconiza um modo cultural homogêneo hegemônico de habitar e de desabitar o mundo – gerando, com efeito, uma profusão de assimetrias. Quase desterritorializada, a geografia das fronteiras contemporâneas parece anunciar como ontologia imanente não mais divisas territoriais do globo terrestre, e sim quem pode viver e quem deve morrer.Downloads
Publicado
2024-12-12
Edição
Seção
Dossiê: Religião, fundamentalismo e política no Brasil contemporâneo
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