Sacrifício, erotismo e o mundo das conexões e das continuidades
: uma análise do Filme Midsommar a partir de Georges Bataille
DOI:
https://doi.org/10.20890/reflexus.v18i1.2805Resumo
O artigo analisa o tema do sacrífico e do erotismo na ficção arcaizante do filme Midsommar, dirigido por Ari Aster, de 2019, em diálogo com a teoria do sacrifício e do erotismo proposta por Georges Bataille. O enredo do filme se passa numa festa de solstício de verão na Suécia, que recriaria elementos de ritos ancestrais, entre eles o Ättestupa, um suicídio ritual, além de uma cerimônia de acasalamento sagrado, entre outros. A narrativa recorre a elementos de ritos ancestrais e desconcertantes que inserem o ser humano radicalmente na terra, nos elementos e nos ciclos da natureza. Desta forma, ele aspira oferecer uma crítica às relações frias, burocráticas e artificiais da sociedade contemporânea. Em sua obra O Erotismo Georges Bataille nos oferece uma poderosa - e às vezes desconcertante - reflexão sobre essa relação do ser humano com o mundo da continuidade da vida, que só pode ser reconstituída por meio de violência e erotismo ritualizados, nos quais os seres humanos poderiam suspender por instantes suas existências descontínuas e fragmentadas, se conectando com as forças vitais e com a natureza. No artigo experimentamos, portanto, como a narrativa cinematográfica pode ser colocada em diálogo crítico com conceitos e análises filosóficos.Downloads
Publicado
2024-06-30
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Seção
Artigos
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