MENSAGENS DO ALÉM-TÚMULO: A formação de um imaginário sobre a vida após a morte e o medo de fantasmas na Roma Antiga
DOI:
https://doi.org/10.20890/reflexus.v12i20.791Resumo
Este artigo apresenta um debate sobre a forma como o mundo romano tratava a memória dos seus mortos e como isso interfere nas suas expectativas do Além-Mundo. A construção de necrópoles e os constantes banquetes em honra dos falecidos e mesmo a arquitetura de mausoléus do Império Romano apresentam uma narrativa. Tudo tinha um propósito de celebrar as memórias dos falecidos (desde o luxo dos túmulos dos mais ricos até as mais simples covas em que as pessoas pobres eram enterradas, mas especialmente). Outro propósito dessas honrarias aos mortos era o de manter afastado o perigo de assombrações insatisfeitas virem exigir cuidados. O medo de fantasmas parece ser algo com que os romanos estavam familiarizados. Este medo também se reflete na literatura do mundo antigo. Inicialmente, discutiremos esse tema através da teoria literária, no tangente à questão de gênero literário e mais especificamente, o gênero maravilhoso, na perspectiva de Tzvetan Todorov. Em seguida, apresentaremos uma obra do mundo antigo, em que o gênero maravilhoso se destaca a partir do tema da aparição de fantasmas. Por fim, falaremos do tema dos túmulos e festas romanas de honra aos mortos como forma de afastar assombrações. Nosso propósito é uma compreensão inicial do que o mundo antigo via como limites entre os mundos dos vivos e mortos e os perigos de se ultrapassar esses limites. Nosso objetivo é demonstrar que essa forma de se relacionar com os mortos no mundo antigo pode dar indícios de ter se tornado uma tradição recebida, inclusive no Cristianismo Primitivo, embora este não seja diretamente o assunto do paper.Referências
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