https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/issue/feed RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana 2024-06-12T17:49:39+00:00 Open Journal Systems <p>RIBLA - APRESENTAÇÃO</p> <p>Desde seu lançamento em 1988, a Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana (RIBLA), entre outras revistas irmãs do movimento bíblico-ecumênico de contexto latino-americano, tem sido uma persistente voz que se lança desde a experiência de fé e luta das comunidades da América Latina e Caribe. Suas raízes, assim, alcançam as profundezas sociais e existenciais dos povos que deram origem à Bíblia e as experiências de fé e luta das populações da América Latina e Caribe. Ao unir duas realidades tão distintas e, ao mesmo tempo, de reivindicações tão similares, a RIBLA propõe que dores, utopias e poesias dos pobres são mediações hermenêuticas decisivas e necessárias para a leitura bíblica. Seu escopo, por consequência, pensa a interpretação bíblica ecumenicamente, na pluralidade de métodos e contextos.</p> <p> <span style="font-size: 0.875rem;">ESPAÑOL</span></p> <p>RIBLA - PRESENTACIÓN</p> <p>Desde su lanzamiento en 1988, la Revista de Interpretación Bíblica Latinoamericana (RIBLA), entre otras revistas hermanas del movimiento bíblico-ecuménico de contexto latinoamericano, ha sido una voz persistente que se lanza desde la experiencia de fe y lucha de las comunidades de América Latina y del Caribe. Así, sus raíces alcanzan las profundidades sociales y existenciales de los pueblos que dieron origen a la Biblia y a las experiencias de fe y lucha de las poblaciones de América Latina y del Caribe. Al unir dos realidades tan distintas y, al mismo tiempo, de reivindicaciones tan similares, RIBLA propone que dolores, utopías y poesías de los pobres son mediaciones hermenéuticas decisivas y necesarias para la lectura bíblica. Su escopo, por consecuencia, piensa la interpretación bíblica ecuménicamente, en la pluralidad de métodos y contextos.</p> <p>ENGLISH</p> <p>RIBLA - PRESENTACTION</p> <p>Since its launch in 1988, the Latin American Biblical Interpretation Journal (RIBLA), along with other sister journals within the Latin American ecumenical biblical movement, has been a persistent voice that emerges from the faith and struggle experiences of the communities in Latin America and the Caribbean. Its roots, therefore, reach the social and existential depths of the peoples who gave birth to the Bible, as well as the faith and struggle experiences of the populations in Latin America and the Caribbean. By bringing together two distinct yet similarly demanding realities, RIBLA proposes that the pain, utopias, and poetry of the poor are decisive and necessary hermeneutical mediations for biblical interpretation. Consequently, its scope envisions ecumenical biblical interpretation within the plurality of methods and contexts.</p> https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2920 Apresentação 2024-06-10T18:06:21+00:00 Sandra Nancy Mansilla omar.adbelem@gmail.com Nancy Cardoso omar.adbelem@gmail.com Larry Madrigal Rajo omar.adbelem@gmail.com José Ademar Kaefer omar.adbelem@gmail.com <p><em>Nancy</em> <em>Cardoso</em> <em>/</em> <em>Sandra</em> <em>Nancy</em> <em>Mansilla /</em> <em>Larry Madrigal Rajo</em></p> <p>Tradução: <em>José Ademar Kaefer</em></p> <h2><a name="_TOC_250017"></a>&nbsp;</h2> <h2>Introdução</h2> <h2>&nbsp;</h2> <p><em>Cuando mis palabras eran tierra </em></p> <p><em>fui amigo de las espigas. </em></p> <p><em>Cuando mis palabras eran ira </em></p> <p><em>fui amigo de las cadenas. </em></p> <p><em>Cuando mis palabras eran piedra </em></p> <p><em>fui amigo de los arroyos. </em></p> <p><em>Cuando mis palabras eran revolución </em></p> <p><em>fui amigo de los terremotos. </em></p> <h2>-Mahmoud Darwish-<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><strong>[1]</strong></a><a href="#_ftn2" name="_ftnref2"><strong>[2]</strong></a></h2> <h2>&nbsp;</h2> <p>&nbsp;</p> <p>A palavra Palestina é terra, é ira, é terremoto, é pedra que desassossega os senhores da guerra, do colonialismo imperialista e do genocídio da ocupação militar de Israel em Gaza. Quando a teologia sionista faz uma leitura supremacista da Bíblia e tenta calar a voz que clama por justiça, paz e soberania… <em>as pedras clamam</em> (Lucas 19, 40).</p> <p>Este é um número especial da RIBLA, motivado pela urgência de se fornecer conteúdos críticos de nosso trabalho com a Bíblia na América Latina. Com este esforço queremos não só denunciar a crise humanitária e civilizacional implícita no que está passando na Faixa de Gaza com a guerra entre o governo de Israel e o Hamás, mas, principalmente, oferecer ferramentas para expor o perigo de se usar a Bíblia como arma de guerra.</p> <p>Levando em conta as nuances sociopolíticas, culturais e históricas, nós focamos nas narrativas bíblicas, que, com maior frequência, são aludidas para fomentar posições fundamentalistas, sionistas, colonialistas e racistas, que por sua vez são a base para perpetrar genocídios e crimes em nome de Deus e de sua vontade, tanto nos textos quanto na realidade.</p> <p>Essa guerra de ocupação e genocídio nos desafia como estudiosos bíblicos, não só porque é o país da Bíblia, mas principalmente porque tanto lá quanto em nossa região os aparatos econômicos, políticos e militares se mobilizam violentamente em discursos de conteúdo religioso, em forma de cruzadas, para chegar ao poder e dispor de territórios, bens e povos.</p> <p>Os órgãos de mediação de conflitos, colapsados, são cada vez menos e mais débeis. Como pessoas de fé e como cidadãos, num mundo globalizado pela tecnologia e pelas comunicações, todos e todas somos chamados a levantar uma voz urgente por um cessar-fogo, já!</p> <p>&nbsp;</p> <p>Sobre as contribuições deste número</p> <p><strong><em>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </em></strong></p> <p>A jornalista e ativista Maria Landi faz uma apresentação histórica e cronológica <em>del primer genocidio del siglo XXI televisado en tiempo real </em>inseparável do colonialismo e racismo da ocupação israelense na Palestina. Landi apresenta os dados da brutalidade dos 6 meses de guerra em Gaza, a assimetria das relações de poder e a impunidade de Israel garantida pelo <em>apoyo de las potencias occidentales lideradas por EE.UU.</em> e a incapacidade da comunidade internacional em dar um basta na <em>escalada brutal y sangrienta </em>incapaz de impor <em>un embargo militar y sanciones económicas, diplomáticas y políticas a Israel.</em> Landi faz um chamado a <em>escuchar la palabra palestina</em> em especial a teologia da libertação palestina desconstruindo a narrativa do sionismo cristão e, a partir da teologia latino-americana, leer<em> la Biblia desde las víctimas de la injusticia.</em></p> <p>Nancy Cardoso faz a memória da Nakba, a catástrofe imposta aos palestinos em 75 anos de ocupação ilegal da Palestina por Israel e levada ao extremo hoje nas manobras sionistas de limpeza étnica em nome de uma guerra justa. O texto apresenta o uso da Bíblia nas justificativas da guerra contra a população de Gaza, tanto pelo governo de Israel quanto por setores fundamentalistas no Brasil. O sionismo é uma ameaça não só para a Palestina, mas também uma “ideia-força” que <em>opera na América Latina - suas periferias e seus conflitos o que coloca perguntas incômodas sobre religião popular, cultura de massas, sujeito popular e pânico moral… </em>&nbsp;Neste sentido, o enfrentamento do sionismo é urgente e necessário na leitura bíblica latino-americana.</p> <p>Sandra Nancy Mansilla e Martín Federico Giambroni retomam a história e os compromissos de RIBLA, suas <em>bases firmes en una hermenéutica bíblica de liberación desde las comunidades de lectura en América Latina y el Caribe.</em> Fazendo memória da reflexão de Jorge Pixley, fazem uma advertência sobre os perigos <em>del mensaje bíblico para proyectos voraces de sometimiento y opresión, </em>como por exemplo, la hermenéutica política de Milei na Argentina e sua <em>autopercepción cuasi mesiánica.&nbsp;</em>Mansilla &amp; Giambroni nos lembram que <em>Palestina no está lejana de América Latina</em> e que a causa palestina está presente em <em>las luchas por la dignificación de nuestros pueblos desde organizaciones populares</em> e a importância de t<em>alleres de lectura socio política de la Biblia </em>criando puentes de la liberación del texto bíblico no diálogo Palestina -América Latina.</p> <p>Luiz Dietrich usa a expressão <em>grilagem – </em>a manipulação de um documento artificialmente envelhecido para reivindicar a propriedade da terra e expulsar dali seus moradores antigos - para contar a história da invasão da Palestina e os mecanismos sistêmicos de despossessão em nome da terra prometida na Bíblia que os <em>sionistas cristãos, como sionistas judeus, veem 1948 como um outro “êxodo” … o cumprimento da profecia bíblica e da bênção divina</em>. Dietrich propõe o estudo da perícope de Gênesis 12,1-9 à luz das reformas de Ezequias e Josias, como a centralização da terra e do poder, justificadas pelo uso <em>do livro da lei.</em> Uma leitura libertadora da Bíblia exige reconhecer o colonialismo, o racismo e a violência genocida nos textos bíblicos, bem como, enfrentar e denunciar a violência legitimada por grupos fundamentalistas sionistas judeus, cristãos e islâmicos.</p> <p>De que maneira <em>o “antigo Israel” refletido nos textos das Escrituras Sagradas do judaísmo teria produzido, de modo intencional ou não “o apagamento da história palestina”, com sua multietnicidade e pluralidade cultural</em> (?). Esta é a pergunta que orienta a reflexão de Pedro Vasconcelos Lima e Rafael da Silva no estudo do livro de Josué, suas questões literárias e históricas, com uma importante análise e crítica do movimento deuteronomista. Os autores lembram que o livro de Josué inspirou <em>processos de invasão e conquista de terras por exércitos em movimentações imperialistas e colonialistas</em> em especial na América Latina. Estes usos supremacistas da narrativa de Josué se reproduzem na história da interpretação bíblica e na arqueologia bíblica em livros e informações que continuam disponíveis nos estudos bíblicos entre nós, marcados por <em>boas doses de cinismo</em> dos sionistas judeus e dos sionistas cristãos. A reflexão de Vasconcelos &amp; Silva oferece um olhar sobre memórias de clãs de Canaã/Palestina (gabaonitas, em Josué 9; e Raab, em Josué 2 e 6) oferecendo uma hermenêutica polifônica, com dissonantes características vitais de uma leitura popular libertadora da Bíblia.</p> <p>Maricel Mena-López toma o aspecto de vingança coletiva da intervenção militar de Israel em Gaza justificado pelos crimes do Hamas em 7 de outubro de 2023, que tem como resultado<em> un genocidio salvaje que ha cobrado la vida de miles de niños y niñas. </em>&nbsp;Esta é uma guerra contra as crianças palestinas, afirma a autora. Na contramão dos usos da Bíblia pelos legitimadores da violência contra a população de Gaza, Mena-López toma o texto de 2Samuel 21,1-14 e coloca de novo Rispa e Merab diante do rei Davi, exigindo que o poderoso reconheça sua violência do <em>pacto de venganza y sangre</em> que dilacerou os filhos<em>.</em> Sem qualquer artifício mecanicista, a autora projeta o texto bíblico sobre a realidade em Gaza e na América Latina, recupera os <em>rituales de duelo</em> de mulheres que se negam <em>a parir hijos para la guerra.</em></p> <p>Marilú Rojas mantém o olhar teológico e político sobre as mulheres denunciando com seu texto de que a guerra sionista contra Gaza e Palestina é também uma guerra patriarcal que mata de modo prioritário a mulheres e crianças: <em>La guerra del gobierno israelí es descaradamente una guerra contra las mujeres, los niños y niñas.</em> A autora apresenta o termo <em>femigenocidio </em>para expressar esta guerra sistêmica contra o corpo das mulheres que ela caracteriza como <em>neocolonial-machocrática que es</em>&nbsp;<em>el régimen de humillación social permanente de las mujeres</em>. Fazendo a crítica de textos bíblicos que justificam a guerra contra as mulheres (Números 31,17-18 e Números 25) a autora exercita uma hermenêutica feminista que inverte e desautoriza os fundamentalismos <em>religiosos y el abuso de lecturas bíblicas descontextualizadas</em>. Um convite para <em>ver con los oídos a las muertas, </em>fazer uma leitura feminista de <em>ninguna a menos.</em></p> <p><em>Jerusalén “ciudad de Dios</em>”: mais do que um lema é um projeto político sionista de imposição do poder de Israel sobre a cidade e a expulsão de seus antigos moradores árabes. Ventura&amp;Schiavo fazem perguntas que deslocam <em>los presupuestos epistemológicos</em> hegemônicos nos estudos sobre Jerusalém:&nbsp;¿<em>De dónde surge que Jerusalén sea definida como ciudad de Dios? </em><em>¿Qué significa eso, concretamente? ¿De qué imagen de Dios estamos hablando? ¿Qué sentido tiene una ciudad de Dios para todos los pueblos? </em><em>¿Qué sentido tiene un Dios para todos los pueblos?</em> A partir dos textos do Trito-Isaías, Ventura&amp;Schiavo retomam a tradição <em>de Jerusalén “madre de todos los pueblos” </em>formulada no âmbito e na disputa de projetos de reconstrução do templo, da cidade e de certa sociedade judaíta - teocrata e hierocrata - e suas pretensões de um acentuado nacionalismo com pretensões universais<em>. </em>Ventura&amp;Schiavo concluem propondo<em>: Abrir los ojos ante lecturas que fortalecen nacionalismos, a través de planteamientos universalizantes, que acaban fortaleciendo actitudes prácticas colonialistas y, por ende, violentas.</em></p> <p>Luiz Alexandre Solano Rossi analisa a tradição profética de Zacarias 8,1-8 como coleção de oráculos que tem como ponto central a promessa de salvação em torno da reconstrução do templo e de Jerusalém provavelmente no período persa: <em>Para Zacarias, a característica principal do santuário não era o altar sacrificial como nos tempos pré-exílicos. O santuário deveria ser o centro irradiador da verdade e da justiça.</em> A promessa de salvação se concretizaria nas <em>praças da cidade, que se encherão de velhos e velhas e de meninos e meninas, que nelas brincarão</em> (Zc 8,4-5). Rossi entende a política persa de autorização e apoio à reconstrução - <em>os cultos dos povos dominados - </em>como uma nova forma de dominação, que servia aos interesses do império. A profecia exercita o critério de validade da centralidade de Jerusalém no projeto de salvação, condicionando às crianças e aos velhos e velhas a segurança nas praças, isto é, com qualidade de vida. Contrariando o projeto da profecia, vemos <em>Gaza se tornando um cemitério de crianças. Praticamente todas as crianças na Faixa de Gaza foram expostas a traumas que jamais serão curados.</em> Rossi conclui com uma lista de alguns nomes de crianças palestinas mortas pelas <em>mãos do exército de Israel</em>. Elas não brincam mais nas praças: Abdel Rahman Iyad, Abdel Rahman Abu Jalal, Abdul Rahman Abdul Aziz, Yahya Al Balawi, Abdullah Ibrahim Khaled, Al-Dali Abdullah Khalil, Abdullah Abu Hayya…</p> <p>Sandro Gallaz,zi apresenta a <em>“dualidade” do rosto de um Deus</em> que se revela nos textos às vezes como divindade <em>pacífica e pacificadora</em> e outras vezes como divindade <em>violenta, ameaçadora e castigadora</em>. Gallazzi lembra que nos contextos da antiguidade médio oriental a que os textos bíblicos se referem, a cultura não se separava do político e do religioso.<em> Por isso todas as guerras eram consideradas “santas”</em> e os deuses faziam as guerras. A relação entre guerra santa e monoteísmo excludente revela seus interesses de domínio universal que pode se expressar como guerra de extermínio contra aqueles – grupos sociais e povos - que não aceitam a vontade do Deus único e seu povo eleito. Mesmo que não haja eficiência nestas guerras, como acontecimento, as narrativas são um “verdadeiro lugar teológico”, lugar de discernimento de quem é o deus dos poderoso e o Deus dos pobres (profeta Elias, 1 Reis 18). Gallazzi denuncia o uso de Deus em <em>Como disfarçar de “guerra santa” uma brutal vingança pessoal</em> num estudo sobre o livro de Juízes e a violência contra os dissidentes, em especial contra as mulheres jovens (Juízes 20 e 21). A conclusão é: guerra nenhuma é santa.</p> <p>Néstor Míguez toma textos do Antigo e Novo Testamento que às vezes gostaríamos de evitar porque são extremamente violentos en <em>La exclusión y denostación del otro, de la otra, de la otredad en sí misma, de sus culturas y modos de vida, llegando a la eliminación total del enemigo, incluyendo el infanticidio</em>. Numa aproximação ao livro do Gênesis, Míguez se ocupa das narrativas de José, que é apresentado como exemplo <em>de astucia y sabedoría en la capacidad de someter a otros pueblos a la esclavitud</em>. O José que foi vendido como escravo e liberto, agora é apresentado como aquele que escraviza cumprindo a vontade de Deus. Míguez analisa outros textos, como os do período de Esdras e Neemias e <em>a variedad de comprensiones de ‘lo mesiánico</em>’ que se refletem e se atualizam no Novo Testamento. Nos escritos de Paulo e Lucas, a alternativa messiânica de Jesus <em>tomará diferentes elementos de estas tradiciones y desechará otros, </em>mas definitivamente recusando as posturas exclusivistas de <em>los conceptos de pureza, sino en los de justicia y solidaridad</em>: Deus é amor! Sem nenhuma pretensão de supremacia, Míguez afirma que tanto Israel quanto o cristianismo continuam interpretando textos bíblicos para justificar <em>sus violencias, sus odios, incluso genocidios</em>.</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mercedes Lópes continua com os textos desconfortáveis, em especial no evangelho de João, que ao longo da história da interpretação bíblica geraram discriminação, antisemitismo, violências e <em>até guerras em nome de Deus. </em>No poço, junto com Jesus e a Samaritana (João 4), Lópes entra criticamente no diálogo das diferenças e expectativas e identifica brechas de superação das rivalidades alimentadas por narrativas e espiritualidades com pretensões de superioridade e exclusividade – com análise do período de Josias (2 Reis 23) e Neemias (Neemias 1). O Evangelho de João coloca sempre os judeus em conflito com Jesus: <em>Tal interpretação é equivocada e teve graves consequências </em>históricas. A autora insiste em deslocar qualquer tentativa de redução do conflito numa perspectiva étnica e antisemita (afinal todos/as eram semitas!). Reposicionar o conflito no final do 1º século da era comum, que contextualiza estas rivalidades entre cristão e judeus no marco da violência imperial romana, não desculpa o texto do evangelho de João, mas deixa ver os mecanismos de produção e atualização dos preconceitos das leituras fundamentalistas da Bíblia.</p> <p>De Ruanda, Palestina até América Latina, Silvia Regina de Lima Silva propõe um olhar sobre colonialismo e genocídio no doloroso caminho dos povos do sul do mundo, muitas vezes com cumplicidade do texto bíblico. Silvia Regina aponta a <em>necesidad de superación de lecturas espiritualistas, teologías sacrificiales que refuerzan el individualismo y se distancian de la solidaridad y del compromiso para con las víctimas. </em>A autora faz um exercício de releitura da morte de Jesus no evangelho de Marcos com <em>olor a sangre</em> de Ruanda e Palestina. Sua leitura parte do lugar hermenêutica do corpo das vítimas, numa ruptura com qualquer supremacismo do epistemicídio colonial sionista, com qualquer tentativa de superar rapidamente a fraqueza de Deus no abandono, na solidão, na dor das vítimas. <em>Hasta aquí, en ese momento, la muerte tiene la última palabra. </em><em>Permanezcamos un poco más con y olor a sangre.</em></p> <p><em>&nbsp;</em></p> <p><strong>Resenhas</strong></p> <p>&nbsp;</p> <p>Nancy Cardoso faz um roteiro de diálogo e aprendizagem com as teologias palestinas, que são muitas e precisam ser conhecidas. O texto apresenta divergências estimulantes e novos eixos interpretativos desde a teologia da terra, desde as teologias contextuais e até mesmo desde a teologia feminista palestina situada.</p> <p>Larry Madrigal apresenta o livro editado por Ilan Pappé The Israel/Palestine Question (<em>La cuestión Israel/Palestina), </em>de 2007, disponível on-line em inglês. <em>Pappé es uno de los llamados "nuevos historiadores" israelíes que han desafiado la narrativa oficial de Israel sobre su fundación y la consecuente expulsión del pueblo palestino en 1948.</em> Apresentando diversas leituras sobre <em>a questão Palestina</em>, o livro confirma a centralidade da questão da “terra”, com o último capítulo que define o povo palestino como "Ausentes Presentes” e em “Resistência Indígena".</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>Outras leituras – Bíblia, Palestina e outros recortes</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Gerardo Garcia Helder apresenta “Volverse Palestina”, livro de Lina Meruane, que <em>en su texto oferece retazos de su trabajo personal de construcción identitaria </em>de los migrantes palestinos e palestinas. A narrativa trabalha e supera o imaginário vitimista imposto aos palestinos na diáspora. A autora se afirma palestina exilada, apesar de não ter a língua dos antepassados, porque: “<em>se comerían la lengua antes que legarles [a sus descendientes] el estigma de una ciudadanía de segunda</em>”.</p> <p>Gabriela Miranda García toma da cultura dos ex-votos na religião popular mexicana como uma tradição antiga e resistente que pode ser entendida como ritual e arte de representação de temas existenciais e sociais – identidade, origem, morte, doença e sofrimento. É também uma proposta metodológica: articular a mensagem bíblica com um elemento de religião popular e desde aí <em>hacer una demanda por el despojo de la tierra, de la cultura palestina y de las vidas humanas en manos del estado espurio de Israel.</em></p> <p><em>&nbsp;</em></p> <p><strong>Agradecimento especial</strong></p> <p>&nbsp;</p> <p>Queremos agradecer a todos os autores e autoras que fizeram possível este número especial de RIBLA. Igualmente à cordial disposição da Editora Verbo Divino, e muito particularmente ao companheiro Larry Madrigal Rajo, que colaborou nas revisões e correções de cada texto.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Nancy Cardoso Pereira</p> <p>Sandra Nancy Mansilla</p> <p>Larry Madrigal</p> <p>&nbsp;</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> Darwish, Mahmoud. Salmo 3, Poesia Árabe. Disponivel em: http://www.poesiaarabe.com/salmos.htm</p> <p><a href="#_ftnref2" name="_ftn2"></a>&nbsp;</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2921 Un genocidio largamente anunciado 2024-06-11T14:54:54+00:00 María Landi omar.adbelem@gmail.com <p>Una mirada desde América Latina a los seis meses de guerra de Israel contra Gaza buscando las raíces históricas del proyecto sionista de conquista de la tierra y asen- tamiento colonial que nunca se detuvo durante siete décadas, pues el genocidio suele ser inseparable del colonialismo, como el racismo. La comunidad internacional po- dría haber evitado esta brutal y sangrienta escalada, y décadas de sufrimiento pales- tino, poniendo algún tipo de freno o sancionando los constantes crímenes de guerra y contra la humanidad israelíes. Escuchar la palabra palestina es un desafío para la Teología latinoamericana desde la Teología de la Liberación de Palestina.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2922 Bíblia e - guerra santa contra a Palestina - Um problema para a hermenêutica para América Latina 2024-06-11T14:59:59+00:00 Nancy Cardoso omar.adbelem@gmail.com <p>Esta reflexão pergunta pelo papel da Bíblia na legitimização da guerra contra o povo palestino em Gaza e na Cisjordânia ao longo de pelo menos 75 anos; procura enten- der o sionismo que sustenta a Israel na ocupação militar da Palestina e os modos de comunicação e reprodução desta “ideia-força” na cultura de massas, no campo reli- gioso em especial nos usos fundamentalistas da Bíblia; a reflexão identifica proble- mas e desafios para a hermenêutica latino-americana e possíveis críticas necessários sobre sionismo, colonialismo, militarismo, patriarcalismo e apartheid; o pensamento que articula diversos níveis de opressão, sem necessidade de hierarquia, oferece so- lidariedade ativa com a Palestina Livre e as condições de também libertar o texto bíblico de toda forma de opressão.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2923 Los puentes de la liberación del texto bíblico: Palestina desde América Latina 2024-06-11T15:15:53+00:00 Sandra Nancy Mansilla omar.adbelem@gmail.com Martín Federico Giambroni omar.adbelem@gmail.com <p>La teología latinoamericana y su hermenéutica bíblica de liberación ofrecen valiosas pistas para comprender la lucha del pueblo Palestino, su defensa del propio territorio, el derecho a su autodeterminación y principalmente a la vida. La experiencia de nuestra lectura de la Biblia desde la realidad y desde los pobres nos tiende un puente de solidaridad, de pueblo a pueblo, que es urgente fortalecer.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2924 A grilagem da Palestina: A promessa da terra em Gn 12 2024-06-11T16:53:54+00:00 Luiz José Dietrich omar.adbelem@gmail.com <p>Esse texto discorre sobre o uso de textos bíblicos – como a promessa da terra para Abraão em Gn 12 – como legitimação para a invasão e tomada da Palestina, por diversos movimentos sionistas, e a partir da história da redação do livro do Gênese conforme a moderna arqueologia e os estudos críticos da Bíblia, mostra a elaboração dessa promessa como parte do projeto de Josias de tomar as terras do Israel norte, apontando elementos para uma leitura decolonizada e descolonizadora dessa e de outras perícopas, de forma a denunciar todos os projetos colonialistas, racistas e genocidas que usam os textos bíblicos para sua legitimação.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2926 O livro de Josué: entre resistências populares e planos supremacistas, ontem e hoje 2024-06-11T18:50:05+00:00 Pedro Lima Vasconcelos omar.adbelem@gmail.com Rafael Rodrigues da Silva omar.adbelem@gmail.com <p>O artigo se detém no livro de Josué, fundamental para as discussões que envolvem o território da Palestina e as disputas por sua posse, ontem e hoje. Destaca inspirações colonizadoras e supremacistas que ele suscitou ao longo do tempo – em campos como o da política, da arqueologia e da pregação – e salienta a necessidade de se en- frentar a questão de sua confecção, pois nele coexistem, de maneira tensa, memórias populares plurais de povos que viviam na antiga Canaã/Palestina e tentativas de uni- ficação da história, com a hegemonia de Israel/Judá e os inevitáveis silenciamentos daí decorrentes.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2927 Pacto y venganza de sangre en la historia del sacrificio de los hijos de Rispa y Merab 2024-06-11T19:04:07+00:00 Maricel Mena-López omar.adbelem@gmail.com <p>Teniendo en cuenta la intencionalidad de este número de RIBLA que, entre otras cosas, es una invitación a salir de los fundamentalismos bíblicos que entienden que la única salida para mediar un conflicto es la guerra santa, aprobada y abalada por un Dios sacrificial y fratricida. La autora se aproxima a la narrativa de 2Sm 1-14 analizando los pactos de sangre y venganza en contra de la casa de Saúl. Prestando especial atención a los rituales de duelo de mujeres en la antigüedad a propósito del caso Rispa y Merab, y, estableciendo un diálogo con la realidad de las mujeres palestinas hoy.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2928 La guerra y las mujeres: ver con los oídos a las muertas. Un clamor que sube del desierto 2024-06-11T19:17:36+00:00 Marilú Rojas Salazar omar.adbelem@gmail.com <p>La guerra genocida iniciada por el gobierno de Israel al mando de Benjamín Netan- yahu del partido Likud de la derecha israelí, es un femigenocidio e infanticidio por un ‘pacto de conquista’ capitalista neocolonial-machocrático en el cual más de 30 es- tados son cómplices. El presente artículo analiza los textos bíblicos de Números 31, 17-18 y 1 Samuel 15, 2-3 en un intento por deconstruir aquellos textos que pueden ser utilizados para justificar las tendencias sionistas y el genocidio descarado. Los cuerpos de las mujeres y niños asesinados en esta guerra que vuelven a ser cuerpos territorio de conquista y exterminio, y aunque han querido invisibilizarlos, su llanto es un clamor de justicia que se escucha en el desierto. Las mujeres del sur global nos unimos a este clamor y llanto de justicia de las muertas en Gaza para exigir un ¡Alto al femigenocidio y exterminio!</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2930 Jerusalén “ciudad de dios”: Una crítica al proyecto imperial y colonialista desde el Trito Isaías 2024-06-12T14:56:30+00:00 María Cristina Ventura omar.adbelem@gmail.com Luigi Schiavo omar.adbelem@gmail.com <p>El profeta Isaías, tradicionalmente considerado como uno de los puntos altos del Antiguo Testamento, por su apertura universal, revela desde una lectura crítica, pe- ligrosos elementos nacionalistas que apuntan a un proyecto imperialista y colonial, presente en la reconstrucción post exílica de Jerusalén. La tendencia a volverse co- munidad religiosa, alrededor del templo, de la Torá y del culto a Yahveh, acentúa su percepción auto referencial y universalista con tendencias coloniales, con relación a los demás pueblos. A partir del diálogo con diferentes autores y autoras, este estudio se apoya en la postura descolonial que caracteriza el pensamiento crítico latinoame- ricano, así como en la epistemología feminista, para destacar la importancia de leer la Biblia desde una propuesta de reconocimiento de las diversidades, proponiendo proyectos que se alejen de la violencia y promuevan la dignidad y el diálogo entre los pueblos.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2931 O Pesadelo acordado das crianças palestinas Leituras em Zacarias 8,1-8 2024-06-12T15:04:04+00:00 Luiz Alexandre Solano Rossi omar.adbelem@gmail.com <p>O artigo procura fazer uma aproximação entre a tragédia de Gaza, que atinge prin- cipalmente as crianças, e o texto de Zacarias 8,1-8 que apresenta, diante do impe- rialismo persa, promessas de recomeço a partir do espaço público, que envolve as crianças. A praça é o local por excelência da presença de Javé. A praça será lugar para aqueles que eram impedidos de viver: velhos e velhas e meninos e meninas ocuparão seus espaços na nova cartografia de Jerusalém. Mas para tanto a própria cidade de Jerusalém precisará passar por uma profunda transformação a fim de se construir e constituir a partir da verdade e da justiça. Não mais a violência e a morte. Na praça se respira vida longa às crianças e a todos os que vivem nas periferias da existência.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2932 Tu és o Senhor que esmaga as guerras (Judite 9,7) Guerra Nenhuma é Santa 2024-06-12T15:10:17+00:00 Sandro Galazzi omar.adbelem@gmail.com <p>Guerra santa quer dizer guerra dos deuses. As piores guerras são aquelas feitas em nome, o de acordo, com um monoteísmo excludente que não aceita nem suporta dife- renças: é o monoteísmo das religiões que, desde sempre, foi mecanismo de opressão e de controle das consciências, em vista de um projeto de domínio universal, levado adiante pelo povo “eleito” que deve converter os outros povos ou, se não se conver- terem, exterminá-los, entregando-os, assim, a Deus, num anátema sagrado, queiram eles ou não queiram. Falar em guerra santa, então, quer dizer falar de quem é o “nosso Deus” cuja violência é narrada e exaltada e, no mesmo tempo, significa dizer quem é o “povo de Deus” ao lado do qual ele luta e que ele salva. A guerra santa é, assim, um verdadeiro lugar teológico.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2933 El otro como enemigo y la alternativa de Jesús Una tensión ineludible en las narrativas bíblicas 2024-06-12T16:41:02+00:00 Néstor Míguez omar.adbelem@gmail.com <p>A lo largo del tiempo de composición bíblica surgieron distintas trayectorias teoló- gicas en Israel. Entre ellas, propuestas de justicia y paz, pero también una corriente claramente excluyente, etnocéntrica, endogámica y agresiva hacia los pueblos cir- cundantes. En tiempos del ‘segundo Templo’ el judaísmo retornante elaboró una ‘teología de la pureza’ que, sin embargo, mantenía una alianza de hecho con los sucesivos imperios que se instalaron en la región. Vemos en esa trayectoria ‘de la pureza’ antecedentes de la política genocida que hoy despliega el estado de Israel. Esa corriente fue hegemónica en tiempos del surgimiento del cristianismo –que bus- có instalar una ética del amor y la justicia— y su principal opositor. Este artículo procura, en una visión a vuelo de pájaro, mostrar esa trayectoria y la respuesta del mesianismo de Jesús.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2934 Descontruindo antigos preconceitos 2024-06-12T16:46:07+00:00 Mercedes Lopes omar.adbelem@gmail.com <p>Este artigo oferece informações sobre o contexto de alguns textos bíblicos que ao longo da história geram preconceitos e discriminações. Leituras fundamentalistas da Bíblia, que interpretam estes e outros textos fora dos seus contextos, justificam e estimulam rivalidades, gerando preconceitos, violências e até guerras em nome de Deus. O artigo apresenta também algumas buscas e experiências de superação de preconceitos a partir do evangelho de João.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2935 Olor a sangre: Colonialismo, Genocidio - Una lectura de Marcos 15 2024-06-12T16:51:55+00:00 Silvia Regina de Lima Silva omar.adbelem@gmail.com <p>El artículo introduce al tema del colonialismo y el genocidio como claves de lectura de la realidad de Palestina y de los textos bíblicos. Parte de un breve recuento del genocidio en Ruanda (1994), para luego mencionar las raíces coloniales del genoci- dio en Palestina. El dolor, el sufrimiento, los asesinatos, la sangre, más que palabras, son realidades que atraviesan los cuerpos y nos desafían a releer el texto de la muerte de Jesús en el Evangelio de Marcos. Una lectura que apunta hacia la necesidad de superación de lecturas espiritualistas, teologías sacrificiales que refuerzan el indivi- dualismo y se distancian de la solidaridad y del compromiso para con las víctimas.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2936 O clamor das pedras: Uma introdução às Teologias Palestinas em Diálogo com América Latina 2024-06-12T16:58:28+00:00 Nancy Cardoso omar.adbelem@gmail.com <p>Resenha</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2938 Volverse Palestina 2024-06-12T17:11:39+00:00 Gerardo García Helder omar.adbelem@gmail.com <p>Este artículo pretende ser un tímido acercamiento al sufrimiento de tantas personas y pueblos que en la actualidad buscan esclarecer y defender su identidad y autonomía, y no lo consiguen. La literatura profana reclama hoy de los creyentes solidaridad, respeto y comprensión de tantas víctimas del egoísmo humano. Tal vez hoy se alzan más voces proféticas por fuera de las estructuras religiosas que dentro de ellas: nos conceda Dios la gracia de saber descubrirlas y valorarlas. “El mismo Señor me ha dado una lenga de discípulo, para que yo sepa reconfortar al fatigado con una palabra de aliento. Cada mañana, él despierta mi oído para que yo escuche como un discípulo” (Isaías 50, 4).</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana https://revista.fuv.edu.br/index.php/ribla/article/view/2939 Un exvoto para Palestina, con amor y digna rabia 2024-06-12T17:25:54+00:00 Gabriela Miranda García omar.adbelem@gmail.com <p>El genocidio en Palestina es ya innombrable y el argumento bíblico que acompaña esta invasión y por lo tanto, esta guerra es inadmisible. El horror es tanto que cada vez hay menos formas de expresar este dolor y esta rabia, y hay poco que parezca significativo ante tal brutalidad y sufrimiento. Este escrito es una mínima forma de expresar el repudio, pero también de dejar la ternura, la solidaridad y formas de resistir para honrar la lucha y la firmeza del pueblo palestino. Es también una pro- puesta metodológica: hacer de un elemento de la religiosidad popular, como lo es el exvoto mexicano, un lugar de denuncia y resistencia. Es una metodología que permite hacer una demanda por el despojo de la tierra, de la cultura palestina y de las vidas humanas en manos del estado espurio de Israel. La relevancia del exvoto está en lo accesible de su mensaje y también en recuperar su memoria y uso. Hacer un exvoto para Palestina, significa hacer notar la voz de todas las personas que han sido obligadas al silencio y al despojo.</p> 2024-06-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 RIBLA - Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana