A INVISIBILIDADE DE UM PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL E RELIGIOSO

Autores

  • José Geraldo da Rocha

Resumo

As matrizes religiosas africanas estão postas para São João de Meriti e para qualquer cidade da região da Baixada Fluminense como realidades indissociáveis da vida cotidiana da população. Em função dessa compreensão, torna-se cada dia mais incompreensível as práticas de discriminação e intolerância religiosa desse segmento religioso. Estima-se que na baixada fluminense exista em torno de cinco mil terreiros de religiões de matrizes africanas. É uma região diretamente ligada à expansão da religiosidade negra no Rio de Janeiro. Algumas das casas mais importantes do candomblé no Rio de Janeiro estão situadas na Baixada. A pesquisa “I Censo das Casas de Religiões Afro de São João de Meriti”, um dos municípios que compõem a Baixada Fluminense, trata-se de um mapeamento das casas de cultos existentes na localidade com vistas a gerar políticas públicas voltadas para o reconhecimento e respeito da diversidade religiosa, bem como elaborar estratégias de superação da intolerância religiosa crescente na região. A grande presença da população afro-brasileira na Baixada Fluminense e a pouca visibilidade na participação, como sujeito nos processos sociais e políticos, constituem-se em desafios para se repensar a cidade, assim como o lugar relegado aos negros historicamente. A dimensão da religiosidade africana é um elemento que caracteriza a presença negra na Baixada. Entretanto, em virtude de processos de discriminação e preconceitos, tal característica tem servido como elemento de marginalização, intolerâncias e exclusão.

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Publicado

2019-09-30

Edição

Seção

Resumos do Congresso Internacional da Faculdade Unida