ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS MODERNAS: SOBREVIVÊNCIA E COMPETIÇÃO EM UMA SOCIEDADE SECULARIZADA

Resumo

O campo religioso brasileiro tem sofrido intensa mudança nas últimas décadas, sendo tal mudança enfatizada pelo aumento dos “sem-religião” e pelo vertiginoso crescimento dos evangélicos, guiados pelos pentecostais. A fim de colaborar com as análises desta mudança, este trabalho objetiva discutir o significado e função das organizações religiosas, a partir da teoria da secularização de Charles Taylor e da teoria da diferenciação funcional do sociólogo Niklas Luhmann, destacando os seguintes aspectos: 1) a sobrevivência econômica da organização, 2) estruturação das carreiras oferecidas pela organização e 3) a competição externa com outras organizações.Além da discussão teórica, este trabalho analisa três organizações religiosas, no norte do estado do Rio de Janeiro, impactadas pelo pentecostalismo a partir da discussão teórica apresentada e dos três aspectos destacados. As organizações selecionadas representam diferentes formas pelas quais o pentecostalismo influencia a religião cristã.A primeira igreja analisada neste trabalho é a Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), igreja que mais cresceu no Brasil na última década. A segunda igreja analisada será a Igreja Semear, representante do pentecostalismo autônomo e do movimento celular, e segunda maior igreja na cidade de Campos dos Goytacazes, com 2100 membros e dissidente da Igreja CEIFA. Por fim, analisarei a Segunda Igreja Batista de Campos (SIB). Apesar de ser uma igreja ligada ao protestantismo histórico de missão, sofre a influência pentecostal e tem que adaptar suas mensagens e demandas religiosas sem ignorar o sucesso do pentecostalismo no Brasil.