ÉTNOBOTÂNICA NO CANDAMBLÉ

Autores

  • José Geraldo das Mercês Junior

Resumo

A Etnobotânica obteve, nos últimos anos, grande destaque devido, principalmente, ao crescente interesse pelos produtos naturais desenvolvido nos terreiros de candomblé, bem como à descoberta de novos usos das plantas, para fins das religiões de matrizes africanas. Porém, a evidente descaracterização das comunidades tradicionais, acompanhada da destruição de hábitats e da inserção de novos elementos culturais, põe em risco um grande acervo de conhecimentos empíricos e um patrimônio genético de valor inestimável para as futuras gerações. Muitas plantas cultivadas têm um emprego sacro no Candomblé, pois este culto compreende, entre outras formas de oblação, a dedicação de oferendas alimentares produzidas à base de plantas domesticadas. Neste entendimento existe um outro sistema fundamental, indispensável ao funcionamento do culto: a liturgia das folhas, que envolve o emprego de plantas colhidas em área não cultivada. O acervo de espécies utilizadas em rituais afro-brasileiros sofreu forte influência ameríndia e europeia, especialmente a portuguesa. Neste entendimento é que à medida em que os africanos foram se fixando em novas regiões do país, desprovidos dos recursos naturais de que dispunham em suas regiões de origem, encontraram, além daquelas plantas já conhecidas, uma série de outras espécies que se incorporam aos seus próprios costumes africanos nos dias atuais sendo muito difundido nos ritos religiosos.

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Publicado

2019-08-19

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões