AS CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO RELIGIOSO NA COMPOSIÇÃO DOS CALENDÁRIOS RELIGIOSOS NO BRASIL

Autores

  • Enilza da Silva Gonçalves da Costa

Resumo

A religião pode ser pensada como um espaço institucional no qual se constitui uma certa discursividade, que pode ser estendida à expressão de suas várias práticas. Nesse sentido, o discurso religioso pode vir a constituir um objeto específico de conhecimento. A formação discursiva dispõe sobre o que o sujeito pode e deve dizer numa situação, de tal forma que, remetendo seu discurso à ideologia, essa formação fará com que suas palavras tenham um determinado sentido e não outros possíveis (Orlandi, 1987). Nessa perspectiva, até onde se pode pensar que uma das fontes do poder de negociação da religião em relação ao Estado nasce da sua estratégia de, como mediador, construir para si mesma a capacidade de “estar no lugar de”, não só dos representados? A “onipotência do silêncio” e a tensão constante entre o “monopólio” e a “coletivização” da produção do sentido são algumas das características do discurso religioso da Igreja Católica que poderiam servir como pontos de partida para refletir sobre a composição dos feriados religiosos na composição dos calendários brasileiros. Discursivamente Deus é produzido como o lugar da “onipotência do silêncio”. Sendo assim os homens precisam colocar (instituir) nesse lugar uma fala específica. Uma questão de pesquisa que se coloca seria como os homens falam no dizer colocado na voz de Deus?

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Publicado

2019-08-08

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões