O FUNDAMENTALISMO COMO RESPOSTA À MODER-NIDADE

Resumo

A Modernidade permite ao homem criar símbolos e sonhos que determinam o modo de ser de uns e outros em todos os recantos do mundo. Os indivíduos e a coletividade sonham com o nirva-na, a terra sem males, o Reino dos Céus, o eldorado, e outras realidades futuras. Não é difícil reconhecermos um fundamen-talista ferrenho. O fundamentalista, “é aquele briguento de mente tacanha, que recusa aceitar um mundo que não se con-forma aos escrúpulos religiosos de seus piedosos avós. Ele e seus amigos são os anjos da luz. Seus inimigos são os demônios das trevas” (VOLF, 1992/93, p. 125). O fundamentalismo pro-testante foi uma tardia reação à modernidade. Na sociedade americana dois projetos estavam em jogo no início do século passado. O projeto teológico liberal consistia em permitir novas luzes interpretativas sobre a palavra de Deus. Se para a constru-ção de um mundo novo seria preciso uma ciência nova, uma nova religião se construiria com uma hermenêutica crítica e progressista. Para os fundamentalistas a renovação da sociedade se dará através da renovação espiritual de seus cidadãos. Se o “Evangelho diferente” pregado pelas Igrejas liberais causam uma pequena babel nos fieis, o fundamentalista tem a missão de reformar os “fundamentos da fé cristã”. No cotidiano, embalado por sonhos e buscas, o homem moderno assume uma postura fundamentalista, que ora se afasta de seus primórdios ora se aproxima do contexto em que o fundamentalismo surgiu, ou se-ja, como uma resposta à Modernidade.